segunda-feira, 13 de agosto de 2007

As notícias de hoje, 13/08, são:

As notícias de hoje, 13/08, são:

- SFI chega para somar

- Associação denuncia falta de crédito na Caixa

- Equilíbrio delicado

- Mercado imobiliário ainda tem armadilhas

- Crédito a imóvel dá impulso

- Novo "boom" da construção civil

SFI chega para somar
O crédito imobiliário está numa fase de expansão nunca vista, com crescimento comprovado a cada semestre. Pelos últimos dados dos bancos que integram o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o financiamento habitacional no País atingiu a cifra de R$ 6,9 bilhões nos primeiros seis meses de 2007, um volume 67,4% maior do que o movimentado no primeiro semestre de 2006. Em Pernambuco, a expansão também é vigorosa e a Federação das Indústrias (Fiepe) contabiliza a presença dos bancos em 10% das operações com imóveis novos. O percentual pode parecer baixo, mas é o maior em muitos anos no mercado local e está associado a um viés de alta. Tudo isso faz parecer que o chamado contrato direto com o incorporador está com seus dias contados. Mas é só impressão, pois o contrato tem um potencial tão grande quanto o do crédito bancário. Nessa modalidade, o cenário também é positivo e de muito crescimento.

Para o administrador de empresas e especialista no mercado de securitização, André Ney Lopes, o caminho foi pavimentado pela Lei 9.514/97, que criou o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), e pela Lei 10.931/04, que criou o arcabouço jurídico para proteger os contratos, como o patrimônio de afetação (que impede a obra de parar caso a incorporadora quebre) e a alienação fiduciária (que dá mais agilidade ao credor para tomar o imóvel de um cliente mau pagador). “As duas leis fecharam um ciclo e corrigiram a legislação de 1964 Lei 4.591, entre outras. Elas conseguiram dar operacionalidade para a entrada do mercado financeiro nas operações de venda de imóveis”, comenta. Lopes é representante brasileiro da Brazilian Group, entidade formada por capital brasileiro e norte-americano, que está prospectando novos negócios em várias regiões do País e fechando negócios. Ele, inclusive, é um grande entusiasta do modelo. “O SFH tem recursos limitados. No SFI não há limites”, afirma.

A afirmação é baseada nos recursos que o SFI movimenta, pois tudo é gerado com a venda de um imóvel. Ou seja, quando um construtor vende os apartamentos, o contrato gera créditos que vencerão em alguns meses ou anos, dependendo do tempo do empréstimo contratado. De posse dos recebíveis, a empresa pode vender à vista esse crédito, que vai alimentar fundos de recebíveis imobiliários que, por sua vez, são vendidos para grandes grupos, como fundos de pensão ou investidores nacionais ou internacionais. Essa matemática financeira beneficia o empresário, que terá recursos à vista para investir em novos imóveis, e os investidores, que têm uma opção de rentabilidade barata e garantida. Tudo normatizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Lopes conta que o Nordeste vem crescendo neste mercado. Sua empresa, a Consulting, representante do Brazilian Group, vem fechando negócios por toda região, inclusive em Pernambuco. Segundo ele, o Brazilian Group tem 35% do mercado nacional de securitização, que este ano deve atingir os R$ 4 bilhões. “É um grande negócio. Estamos agora securitizando a carteira imobiliária do banco ABN Amro que, com isso, vai recomeçar outra carteira”, comentou. Ele diz ainda que o mercado de securitização há cinco anos representava 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e hoje está em 2%. “Em 10 anos essa relação será de 15%, com o Nordeste respondendo por 30% deste mercado. Hoje a securitização está muito restrita aos grandes investimentos comerciais, como resorts, empresariais e shoppings. Há muito a crescer”, comenta.

A Moura Dubeux foi uma das empresas locais contatadas pela Consulting. O diretor Gustavo Dubeux disse que a construtora ainda não fechou um contrato, pois está prospectando as melhores propostas para vender parte de sua carteira imobiliária. Gustavo lembra, no entanto, que um de seus últimos lançamentos residenciais, o Edifício Zezé Cardoso, na Rua dos Navegantes em Boa Viagem, já conta com este processo que agiliza a capitalização da empresa. “Ainda não vendemos a carteira de recebíveis, mas é uma tendência natural. Para este nosso lançamento ofertamos parcelas em 200 vezes, na tabela price, com juros de 1% ao mês mais IGP-M.”

Além da questão jurídica, outro fator preponderante para o mercado de securitização engrenar foi a queda dos juros, lembra o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Eduardo Carvalho. “Os juros altos impediam o desenvolvimento do SFI. Com as taxas caindo, o papel passa a ser atrativo. No ano passado, a Queiroz Galvão trocou recebíveis, o Banco Safra fez várias operações e até mesmo a Caixa Econômica”, informou o empresário.

Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) ressalva que, para este mercado crescer de forma mais consistente, ainda falta padronizar os contratos. Segundo ele, cada empresa celebra de forma diferente a escrituração dos contratos e isso inibe a certificação dos papéis. “Os instrumentos jurídicos estão prontos, mas há a necessidade de um contrato padrão, pois cada empresa fazendo de um jeito não dá”, comentou.

O diretor da Divisão Imobiliária do Grupo JCPM, Francisco Bacelar, diz que as empresas locais já estão padronizando seus contratos de olho no novo mercado, mas o que falta é mais agilidade na formatação das escrituras. “A CBIC está trabalhando para agilizar os processos de certidões de imóveis nos cartórios. A burocracia eleva o custo das operações”, comentou.

Quem dá o exemplo é o diretor da Companhia Nacional de Recebíveis, Pedro Klumb. Ele explica que a atual formatação das escrituras dificulta a entrada dos créditos futuros no mercado de capitais. “A cada negócio, a escritura tem de ir para o cartório de imóveis, pois ao negociar esses papéis, a construtora deixa de ser a credora, passando o direito de recebimento para outro agente. Quando isso acontece, o cartório tem de ser informado. Isso retarda o processo, além de deixá-lo caro.”

Fonte: Jornal do Commercio - PE



Associação denuncia falta de crédito na Caixa
Quem ganha até três salários mínimos e tem o nome ‘sujo’ encontra muita dificuldade para conseguir comprar a casa própria através do Crédito Solidário, mecanismo criado pelo Governo Federal com recursos do FDS (Fundo de Desenvolvimento Social).

O problema esbarra nas regras da CEF (Caixa Econômica Federal) sobre a aprovação do crédito. “Boa parte deste público é devedor, porque precisou optar entre comer e pagar alguma prestação em certo momento da vida e a Caixa não flexibiliza suas normas”, diz Ronaldo Lacerda, da Associação Pro Moradia Liberdade, de Diadema.

“A questão é que essa linha de crédito foi criada para atender a este público, mas o gerenciamento da Caixa não aprova quem tem problemas no Serasa ou SPC.”

Segundo Lacerda, a rigidez administrativa da Caixa é tamanha que até hoje não foi aprovado nenhum contrato para o Estado de São Paulo. “Sem falar na questão dos preços das terras, que são os mesmos em todo o País, passando por cima de realidades tão diversas como a do ABC, onde a terra é cara, e do Interior, onde é mais em conta.” Palavra Chave

Fonte: Diário ABC



Equilíbrio delicado
Turbulência financeira ou crise que afetará o crescimento econômico mundial? A dúvida atormenta os mercados financeiros desde as últimas semanas de julho, quando começaram a aparecer os problemas no segmento de crédito imobiliário 'subprime' (de alto risco) nos Estados Unidos.

A farra do crédito baratíssimo dos últimos anos está terminando, e mal. O número de vítimas cresceu assustadoramente em poucas semanas, com mais de 50 empresas especializadas em crédito imobiliário nos Estados Unidos indo à bancarrota. Depois foi a vez de fundos, inicialmente hedge funds independentes e depois administrados por grandes bancos, como Bear Stearns e BNP Paribas. Os mercados de crédito passaram dias congelados e forçaram os bancos centrais da Europa e EUA a intervir em níveis inéditos desde os ataques de 11 de setembro de 2001. Uma onda semelhante de aversão ao risco não ocorria desde o início da década. O Brasil e outros mercados emergentes estão hoje numa situação muito melhor para enfrentar a crise do que estavam nos últimos episódios internacionais.

O risco brasileiro medido pelos contratos de credit default swaps (CDS) de cinco anos praticamente dobrou em duas semanas, subindo 50 pontos-base, para 117 pontos sobre a Libor na última sexta-feira. O índice Bovespa caiu 8,68% desde 13 de julho, para 52.638 pontos. Em três semanas, o dólar subiu 4,78%, fechando na sexta-feira a R$ 1,951.

O certo é que o cenário róseo em que os mercados internacionais navegaram nos últimos anos definitivamente mudou e analistas prevêem aumento da volatilidade nos próximos meses. A expansão dos derivativos e dos bônus lastreados em ativos de crédito pulverizou as perdas pelo sistema, evitando a concentração de prejuízos em bancos grandes o suficiente para afetar a liquidez global. Mas ao mesmo tempo também dificultou o cálculo da extensão das perdas, porque muitos dos contratos de derivativos de crédito são negociados em balcão e ficam simplesmente sem preços durante nervosismo dos mercados.

"O grande problema é que ninguém sabe quanto valem os ativos nos mercados que estão congelados por falta de liquidez. Não se sabe o efeito que isso terá quando as carteiras dos fundos e bancos tiverem que ser marcadas a mercado", afirma Nuno Câmara, do Dresdner Kleinworth Securities em Nova York.

Protegidos pelo grande colchão de lucros obtido nos últimos anos, os grandes bancos têm gordura suficiente para aguentar prejuízos nos próximos trimestres. Em meio à crise de confiança, o custo de captação do Bear Stearns subiu para níveis próximos a investimentos especulativos, mas o banco conseguiu captar recursos.

Os bancos centrais já mostraram que não vão deixar que liquidez de curto prazo quebre instituições financeiras, ao intervir no mercado interbancário com centenas de bilhões de dólares quando o mercado europeu entrou em pânico temendo perdas do BNP Paribas. Houve intervenção coordenada dos bancos centrais da Europa, EUA e Ásia, demonstrando que os governos estão atentos ao risco sistêmico. O único banco quebrado até agora, em processo de resgate pelo setor privado sob supervisão do Bundesbank (BC alemão) é o IKB.

O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, calculou os efeitos de perdas no mercado de subprime em US$ 100 bilhões- que alguns economistas consideram subestimado. As perdas totais, que atingem ativos não correlacionados, são muito maiores.

Hoje os mercados emergentes estão muito mais preparados do que em crises do final da década de 90 para enfrentar um ambiente externo desfavorável, diz o diretor da Lehman Brothers, John Welch. "Acho que o mercado tem tudo para resistir bem à volatilidade", afirma. A situação de endividamento e balanço de pagamentos é radicalmente diferente. O país está prestes a tornar-se credor líquido externo. As empresas também não estão com um cronograma "apertado" de vencimentos. Pelo contrário, estão capitalizadas e já fizeram nos últimos anos uma administração de endividamento que elevou prazos e reduziu custos.

No caso brasileiro, a crise chega num momento de grande fluxo de recursos externos para o país e em que a indústria reclamava do câmbio supervalorizado.

"Acho que algumas economias que estão com fundamentos mais frágeis, como a Argentina, podem sofrer mais, mas não vejo grande impacto no Brasil", afirma o diretor da Lehman.

O que ainda se discute é até que ponto o "credit crunch" (aperto no crédito) afetará o crescimento da economia mundial de forma relevante. As opiniões ainda são divergentes.

O economista-chefe do J.P. Morgan, James Glassmann, confia numa reação rápida do Federal Reserve para sustentar a economia, e prevê crescimento de 3% do PIB americano neste ano. No ano que vem, a expansão será menor, de 2,25%. A Lehman Brothers prevê uma taxa de crescimento abaixo de 2%. Entre os mais pessimistas, Nouriel Roubini, da New York University (NYU), acha que o país enfrentará pelo menos um curto período de retração econômica e que a crise no mercado imobiliário será a pior em 40 anos.

Roubini acredita que há "risco sistêmico" na crise, não pela quebra de uma grande instituição financeira, mas pela sucessão de quebras de instituições menores. O professor da NYU acha que a crise resultará num aumento de falências corporativas, restrição de investimentos e retração do consumidor. Glassmann acredita que as perdas ficarão restritas à indústria financeira e que o efeito do valor dos imóveis sobre o consumidor americano é exagerado. Depois de seguidos trimestres de resultados recordes, as empresas americanas não estão em grande risco de default. "Ainda é cedo para avaliar a extensão dos estragos", diz Glassmann.

Ele acredita mais num encarecimento do crédito, como efeito da reavaliação dos riscos, e não congelamento duradouro que leve a falências. Os índices acionários que estavam inflados pelo crédito barato para aquisições devem ajustar-se.

O economista compara a crise atual nos mercados de crédito a outras duas: a de 1998, ocorrida depois da quebra do fundo Long Term Capital Management (LTCM), e a do início dos anos 90, provocada pela crise bancária nos Estados Unidos. "Nessas duas crises, que foram intensas do ponto de vista financeiro, não ficaram marcas visíveis na economia real". Para o J.P. Morgan, a redução no ritmo de crescimento da economia global tem o lado positivo de reduzir os temores inflacionários que vinham pressionando as taxas de juros nos Estados Unidos e Europa.

Para o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o Brasil não corre risco de contágio com a crise, e o nervosismo só está eliminando a espuma de alavancagem excessiva nos mercados internacionais. "O crescimento mundial pode desacelerar de 5% para 4%, mas não haverá contágio porque não estávamos nesse cenário de crédito excessivo". Para o ex-ministro, o crescimento chinês é mais importante para as exportações brasileiras do que o PIB americano.

Além da situação muito diferente do balanço de pagamentos nesta crise, o Brasil também mudou seu patamar de crescimento. A estabilidade macroeconômica, redução de juros e aumento do crédito nos últimos anos dobraram a taxa de crescimento potencial do PIB de 2% a 2,5% para mais de 4%. Na área cambial, a redução da sobrevalorização do real pode melhorar a competitividade de exportações. Para Câmara, do Dresdner, "o alto nível de reservas, que foi tão criticado, hoje deixa o mercado muito mais relaxado em relação à situação brasileira".

O desafio da política econômica hoje, para Mendonça de Barros, é aumentar o potencial de crescimento do PIB para 6 a 7%, com investimentos em infra-estrutura e redução de carga tributária.

Já está claro que os custos das operações de crédito (empréstimos ou emissões de bônus nos mercados de capitais) para companhias brasileiras devem subir dos níveis historicamente baixos registrados nos últimos meses. Por enquanto, bancos suspenderam captações externas de seus clientes e a mudança de custos só deve ficar clara a partir de setembro, quando terminam as férias no Hemisfério Norte.

Fonte: Valor Econômico




Mercado imobiliário ainda tem armadilhas
Além de colher seus louros, a expansão do mercado imobiliário também tem registrado suas vítimas. São compradores, vendedores, corretores de imóveis e até terceiros que não têm nenhuma relação com as negociações mas que acabam se tornando alvos de golpistas especializados no ramo.

Os golpes são os mais variados e envolvem todos os estágios de compra e venda de imóveis. Vão desde a concessão de um crédito inexistente para a aquisição da casa própria até a venda de uma unidade para dois interessados distintos ou de um terreno ‘fantasma’ (veja lista ao lado). A desinformação, a falta de atenção na hora de fechar o contrato e até o próprio azar são oportunamente aproveitados por estelionatários.

“Temos um problema sério de falsificação de registro imobiliário e certidão de propriedade. É o mais grave que existe no mercado”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP). Segundo ele, os documentos falsos são utilizados, principalmente, por falsos corretores que se valem de boas ofertas para atrair vítimas.

Ainda existem aqueles que, para vender o próprio imóvel mais rápido, omitem informações que poderiam comprometer a negociação ou ainda fraudam procurações. “São pessoas que tentam vender sem autorização judicial um imóvel que tem um herdeiro vinculado ou fruto de separação de casais sem o consentimento de um deles”, relata Viana Neto.

Nesses casos, o presidente do Creci recomenda às partes envolvidas transferir toda a responsabilidade para o corretor ou imobiliária. “O Código Civil garante. Eles ganham para isso e sabem pesquisar os imóveis”, afirma. E para não ser vítima de um falso consultor imobiliário, recomenda-se levantar a idoneidade da empresa no site do Creci.

Falso empréstimo

Segundo o titular da Delegacia de Repressão a Estelionato do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), Fábio Lopes Pinheiro, o golpe do falso empréstimo é o mais comum no mercado. “São aqueles que anunciam em jornais ofertas de crédito. Quando a vítima deposita o caução, às vezes 10% do valor, o sujeito desaparece”, conta.

A orientação é sempre desconfiar de financiamentos e ofertas que estejam muito abaixo dos praticados pelo mercado, consultar a idoneidade das empresas nos órgãos de defesa do consumidor ou Banco Central e nunca fazer depósitos ou transferência para uma conta de pessoa física.

Fonte: Jornal da Tarde



Crédito a imóvel dá impulso
O aumento do crédito imobiliário, que serviu de impulso à construção civil, foi o maior responsável pelos números que a Gerdau apresentou em seu balanço. A demanda crescente por aço no setor foi responsável por um aumento de 6,04% nas vendas da empresa em relação ao primeiro semestre de 2006, atingindo a marca de 1,083 milhão de toneladas vendidas. André Johannpeter, explica que, para atender à crescente demanda do mercado interno, a empresa procurou diminuir o número de exportações que, apesar de leve alta de 1,1% em comparação ao primeiro semestre de 2006, caiu 8,2% entre o primeiro e o segundo trimestres desse ano. "O mercado doméstico é nosso cliente preferencial", afirma. Oswaldo Schirmer, vice-presidente executivo de Finanças, reforça o cenário favorável para as vendas internas: "A carteira de crédito imobiliário cresceu no País 22%, assim como outros setores como máquinas e implementos agrícolas e o setor automotivo". A atuação da Gerdau no exterior também obteve crescimento, especialmente baseado na aquisição de empresas no México, na República Dominicana e na Venezuela, já consolidadas nos números do último trimestre.

Fonte: Jornal DCI




Novo "boom" da construção civil

Relatório do Banco Central (BC) revela o crescimento dos investimentos estrangeiros no setor de construção civil. No primeiro semestre deste ano, um total de US$ 773 milhões foram aplicados no segmento

O POVO, Fortaleza11/08/2007 01:28

O crescimento do mercado de construção civil tem ocorrido em função da oferta de crédito no País

O ingresso de investimentos estrangeiros diretos no setor da construção civil dispararam no primeiro semestre deste ano e atingiram US$ 773 milhões, um crescimento de quase 15 vezes maior em relação aos US$ 53 milhões do primeiro semestre de 2006 e mais que o dobro dos US$ 321 milhões de todo o ano passado.

O fluxo, segundo dados do Banco Central (BC), está majoritariamente direcionado para empresas imobiliárias, um movimento que reflete claramente o "boom" no setor, um dos mais aquecidos atualmente na economia brasileira.

Essa situação, na avaliação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, não coloca o Brasil na rota de risco da volatilidade dos mercados mundiais, em decorrência da bolha imobiliária nos Estados Unidos.

"Não acredito que a atual turbulência vai afetar o apetite dos estrangeiros no setor imobiliário brasileiro", comentou. "Nós temos um espaço muito grande de crescimento com segurança", disse Safady. No entanto, ressalvou que o que está acontecendo nos Estados Unidos "deve servir de lição para que não venhamos a ter excessos no Brasil".

O presidente da CBIC avalia que o Brasil é a "bola da vez" em termos de atração dos investidores estrangeiros por diversos fatores, como a consolidação da estabilidade econômica, o maior ritmo de crescimento, o aumento nas reservas internacionais e a trajetória de queda nos juros. E, nesse contexto, a construção civil é uma área que apresenta grandes oportunidades de ganho porque tem um potencial elevado de expansão.

"O Brasil está na mira do capital estrangeiro e o mercado imobiliário ainda é extremamente acanhado quando comparado com outros países, como o Chile", afirmou. Ele lembrou que o crédito imobiliário por aqui representa cerca de 3,5% do PIB, enquanto no Chile está na casa dos 18%.

O ambiente econômico favorável para o longo prazo e a trajetória de queda nos juros, na avaliação do dirigente da CBIC, tem aumentando o volume de financiamentos para o setor, por conta dos custos menores e ampliação de prazos de pagamentos. "Além disso, os procedimentos estão mais transparentes, o que tem fortalecido o mercado e levado a um grande interesse do capital nacional e estrangeiro", disse Safady, ao lembrar que está havendo uma elevada oferta de ações de empresas do ramo imobiliário neste ano. Segundo ele, como os negócios nesse segmento são voltados para o longo prazo, os ingressos de estrangeiros mostram confiança no futuro desse mercado.

O crescimento do IED na construção em termos relativos no primeiro semestre só perdeu para o de combustíveis, que tem recebido investimentos sobretudo para produção de etanol. Mas em termos absolutos a construção recebeu mais no período do que os combustíveis, que tiveram em seis meses ingressos de US$ 462 milhões. De janeiro a junho de 2006, o segmento recebeu apenas US$ 16 milhões de capital estrangeiro, segundo dados do BC.

O professor da PUC-SP, especialista em contas externas, Antônio Corrêa de Lacerda, confirma a avaliação do BC. "A construção civil vive um boom devido à redução dos juros e à facilidade de financiamento", disse Lacerda. Segundo ele, a aproximação do grau de investimento da economia brasileira, a ser concedido pelas agências de classificação de risco, atrai os investidores internacionais para esse mercado, que tem características de mais longo prazo. (da Agência Estado)

Nenhum comentário: