terça-feira, 2 de outubro de 2007

As notícias de hoje, 02/10, são:

As notícias de hoje, 02/10, são:

Notícia - Salão Imobiliário SP:

- Construtoras comemoram vendas durante o Salão Imobiliário São Paulo


Notícias - Mercado Imobiliário:

- Onda de fusões atinge o mercado imobiliário

- Com crédito fácil, consumidor sai em busca da casa ideal

- Custo alto ameaça moradia popular

- Casa própria

Notícia - Salão Imobiliário SP:
Construtoras comemoram vendas durante o Salão Imobiliário São Paulo
As empresas participantes da segunda edição do Salão Imobiliário de São Paulo (SISP), encerrado ontem, comemoram os resultados alcançados. O destaque ficou para os imóveis chamados econômicos. Os estandes da Itaplan e da Tenda eram os mais concorridos no final de semana. Fabio Rossi Filho, diretor da Itaplan, afirma que durante este mês a empresa fechou 250 unidades o que representou R$ 50 milhões. De acordo com Rossi, esse montante foi 50% maior do que a quantidade de negócios fechados no mesmo período do ano passado e afirma que os clientes atendidos no SISP fizeram a diferença neste resultado.
Os destaques foram os apartamentos de R$ 60 a R$ 150 mil. No total, a empresa ofereceu 20 empreendimentos "Durante o evento atendemos mais de duas mil pessoas. O mercado está muito aquecido", afirma Rossi.
"A feira foi uma maravilha", comemora Guilherme Ribeiro, executivo da Fernandez Mera. A empresa apresentou cerca de 1.500 produtos, de 12 empresas diferentes. "O número de visitantes dobrou em relação ao ano passado. As pessoas estavam interessadas em comprar", diz Ribeiro.
O executivo destaca que a tecnologia foi a grande aliada na venda dos produtos. "Este ano as empresas estão mais integradas com os bancos. Temos condições de mostrar um produto a um cliente e fazer uma simulação do financiamento na seqüência. Em poucos minutos o cliente pode ter a operação aprovada", garante Ribeiro.
Jair Davello, diretor comercial da Goldfarb, afirma que 25 imóveis foram vendidos durante a feira e que nas próximas semanas novos negócios devem ser fechados, já que muitos clientes devem visitar os estandes dos empreendimentos. Na previsão do executivo, pelo menos mais 75 imóveis devem ser vendidos nos próximos dias. A empresa prevê comercializar R$ 50 milhões.
Para os bancos os resultados também foram positivos. O evento gerou mais de R$ 100 milhões em potenciais negócios para o Banco Real. "Os negócios foram um resultado da solução completa em financiamento imobiliário oferecida, graças à parceira Lopes e Banco Real", comemora Antonio Barbosa, superintendente de crédito imobiliário do Banco Real.

Notícias - Mercado Imobiliário:
Onda de fusões atinge o mercado imobiliário
Em meio a uma onda de fusões e aquisições, além do aumento de financiamentos em parcelas de até 30 anos que começam a aparecer e impulsionarão o mercado imobiliário nos próximos anos no País, o executivo João Crestana, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), comemora um dos melhores momentos desse segmento no mercado nacional, com recordes de vendas. Para ele, apesar do momento favorável, é preciso que sejam criadas novas linhas de financiamento para impulsionar o segmento de baixa renda.
Completamente descolado da crise imobiliária dos Estados Unidos, que impactou nas últimas semanas o mercado mundial, o cenário de sucesso do setor no País indica como a economia aquecida tem mantido pungente a venda de imóveis. Com isso, o segmento acelera em direção à profissionalização, amadurecendo um mercado dominado por cerca de 20 grandes empresas que chegam a deter hoje cerca de 35% do setor, conforme revela João Crestana ao programa Panorama do Brasil, apresentado pelo jornalista Roberto Müller e exibido nesta manhã pela rede TVB.
Também participaram da entrevista com o presidente da entidade, para falar de como o aumento de financiamentos é importante e as tendências do setor, interessado cada vez mais em investir na área de governança corporativa, a jornalista Camila Abud, editora de Serviços e Comércio do DCI e Milton Paes, da Rádio Nova Brasil FM. A seguir os principais trechos da entrevista com o executivo do Secovi.
Roberto Müller — Como é para o senhor assumir o Secovi em um momento em que as vendas e os financiamentos de imóveis estão explosivamente crescendo, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, onde a questão dos imóveis, a questão imobiliária são o grande problema?
João Crestana — É uma responsabilidade muito grande, principalmente devido ao fato de estar substituindo o Romeu Chap Chap. Ele foi presidente por um período de 12 anos, dividido em duas fases. Ele imprimiu a sua personalidade na casa e estamos seguindo o que aprendemos com ele. Agora, a fase é muito feliz e oportuna, mas é muito mais uma fase de retomada que de uma explosão. Na época de 70 e começo dos anos 80, o Brasil financiava o dobro das habitações que financia hoje, quando a população era metade de hoje. Então estamos com um caminho muito grande para chegar ao nível que estivemos nos anos 80. É um crescimento, uma retomada bastante gradual, até porque ela se baseia em alguns fatos muito sólidos como um bom esqueleto legal, marco regulatório forte, que vem sendo montado desde 1997 com a Lei do Sistema Financeiro e Imobiliário e que foi evoluindo ao longo destes dez anos. É um fator bastante forte. Também forte é o fato que a liquidez internacional traz recursos muito fortes. Através dos bancos, ela traz uma competição muito forte e que causou a possibilidade de termos o mercado aquecido que temos hoje. Precisamos chegar nos níveis que já estivemos e precisamos chegar nos níveis que outros países do mundo, não estamos falando nem de Estados Unidos, Espanha, mas de México e Chile, que estão com bastante sucesso.
Camila Abud — Queria que falasse sobre o Salão do Imóvel, tão importante para o setor, vendendo até empreendimentos fora do Brasil. Que regiões tiveram destaque? Como as empresas encaram o evento, que copia o modelo de sucesso de Madri [Espanha]?
João Crestana — O Salão Imobiliário São Paulo coroa a semana importantíssima para o setor imobiliário e ficará marcado como um evento periódico do setor. O salão tem gente de fora do País e de São Paulo, mas o forte sempre foi São Paulo e regiões próximas, até do interior, mas o Brasil inteiro está representando. A faixa [de imóveis] sai de R$ 60 mil e vai até acima de R$ 2 milhões.
Milton Paes — Os bancos oferecem cada vez mais produtos diversificados no sentido de financiamentos imobiliários. A redução da taxa de juros e uma economia estabilizada têm facilitado a aquisição não só da classe A, mas também da classe média?
Roberto Müller — E mesmo a classe pobre como nos disse recentemente neste programa o ministro Mantega.
João Crestana — De fato a classe média e classe média alta, os maiores consumidores de financiamentos estão muito bem atendidas, até porque com a liquidez internacional, os bancos estrangeiros vieram para cá e trouxeram uma quantidade muito grande de recursos e isso possibilitou que as classes fossem atendidas por meio de uma competição muito positiva. A classe média e média alta estão atendidas, mas a maior necessidade que o País tem é na fase de imóveis de baixa e baixíssima renda.
Roberto Müller — E aí parece que existem financiamentos de até 30 anos, não é?
João Crestana — O financiamento até 30 anos está começando a aparecer, principalmente em termos de disponibilidade teórica. É um produto que existe. Na prática, ele tem tido uma aplicação pequena, até porque nessa fixa de classe média e média baixa, o mercado carece de um pouco mais de competição nos agentes aplicadores. Hoje, o mercado se concentra muito em um aplicador e o nosso mercado entende que a sociedade inteira deveria se debruçar com bastante carinho nessa necessidade, de transformar esse mercado em um mercado provido de bancos que concorram entre si e tragam um pouco mais de alternativas como o que ocorreu com sucesso na faixa mais alta. Hoje, quem financia para as classes mais altas são as poupanças, que estão em todos os bancos. De 2003 a 2007, esse montante multiplicou por cinco. Eram R$ 3 bilhões e este ano serão R$ 15 bilhões. Já do outro setor, que é de classe média baixa, ele saiu de R$ 3 bilhões e hoje possivelmente chegará perto de R$ 6 bilhões, ou seja, chegou ao máximo na multiplicação por dois e é onde o grande déficit habitacional se situa. Este canal de aplicação está em uma fase de transição. O fundo de garantia precisa encontrar um canal eficiente.
Milton Paes — Em relação ao financiamento para baixa renda, o grande financiador é a Caixa Econômica Federal, mas existem alguns bancos viabilizando entrar nessa modalidade. O Ministério das Cidades e a própria Caixa têm investido em projetos de várias prefeituras no sentido dessa questão da construção de unidades habitacionais. Isso pode reverter em investimentos e contribuir para a redução do déficit habitacional?
João Crestana — Tudo isso é positivo. A Caixa Econômica é um protagonista primordial ao longo dos últimos 20 anos. Mas, acredito que não é suficiente e os números demonstram, que isso não tem sido um canal suficiente, e precisa ter uma maior concorrência, a exemplo que ocorreu nas outras faixas. Já os programas feitos de CDHU, municípios e estados são muito positivos e tem o auxilio das fontes federais e vai contribuir para diminuir o déficit, mas ainda de uma maneira muito lenta.
Roberto Müller — Uma questão que não é lenta é a inclusão das empresas do setor na Bolsa de Valores para captar recursos no mercado de ações. Isso é uma tendência no setor? Entrou bastante dinheiro, deu para comprar muito terreno?
João Crestana — Foi uma tendência muito importante e positiva. Mais de 20 empresas já fizeram a abertura de seu capital e trouxeram um volume muito perto de R$ 20 bilhões para o Brasil e com isso trouxeram uma força muito grande para o setor. Isso é para valer, é para ficar, porque as empresas estão investindo muito na área de governança corporativa, informações sérias, de uma maneira muito profissional e as empresas estão sim tomando conta de uma parcela significativa do mercado, até causando uma concorrência muito grande no setor, uma concentração de movimento, contrariando o histórico do setor, que era disperso. Hoje é concentração, tanto que as pequenas e médias estão tendo que descobrir uma forma alternativa de trabalhar nesse universo.
Roberto Müller — O ingresso das empresas no mercado de capitais, com a capitalização é enorme, e isso está provocando no setor uma mudança no comportamento destas empresas. É um momento de fusão e concentração?
João Crestana — É verdade. O setor sempre foi bastante pulverizado e, antes, se tomássemos as 20 maiores empresas, elas não teriam mais de 10% do mercado, isso há dez anos. Hoje, se tomarmos as 20 ou 25 maiores empresas do setor, elas tomam conta de 30% a 35% do mercado. É uma concentração e quer dizer que as pequenas empresas, para trabalhar, sentem a necessidade de fazer parcerias e dentro de empreendimentos às vezes fundirem em empresas médias.
Roberto Müller — Está havendo muito capital estrangeiro no setor?
João Crestana — Está havendo sim, estas capitalizações que as empresas fizeram foram formadas em grande parte pelo capital estrangeiro. O Brasil é uma opção muito importante e, sem dúvida, a mais atrativa em relação a risco e lucratividade no cenário internacional.
Camila Abud — Quantas empresas o Secovi representa e, com o boom do mercado imobiliário em São Paulo, ainda existem muitas possibilidades de vendas na cidade?
João Crestana — O Secovi representa cerca de mil empresas e principalmente cerca de 40 mil condomínios, por meio de seus síndicos, um foco de atividades muito grande. São Paulo tem muito que crescer. Hoje, São Paulo é uma das cidades menos adensadas do mundo, se comparar com cidades compatíveis como Hong Kong, Xangai Nova York, e não com cidades históricas como Paris e Roma, que não têm características similares. São Paulo foi muito prejudicada pelo Plano Diretor e zoneamento muito infelizes, restritivos e confusos. Até hoje não estão totalmente adequados. A cidade está chegando à conclusão que isso é um problema, não há a aprovação do número de plantas que se precisa, já está refletindo na área comercial, com menos lançamento. A cidade está ficando muito afetada pela falta de novos lançamentos e aprovação de plantas. Por isso, a prefeitura está ciente do assunto e preparada para encaminhar uma mudança do zoneamento, muito ruim, que é do final de 2005.
Roberto Müller — Há estoques de terrenos em São Paulo?
João Crestana — Não há estoques de terrenos em São Paulo, o que há é uma infinidade de áreas com casas antigas, galpões, bairros degradados e também pontos que devem ser preservados. São Paulo deve se debruçar sobre esse problema com serenidade e profissionalismo sobre esse ponto de uma forma para trazer habitação com famílias de boa renda, de média e baixa renda convivendo em harmonia com comércio, cinemas, lazer para ter um tecido social, para trazer essa qualidade de vida, que não se cria com guetos, juntando determinados núcleos. Para isso tem que usar com inteligência as áreas da cidade, permitindo que ela seja melhorada, tal como foi em Buenos Aires, Detroit, Boston e outras tantas no mundo.
Camila Abud — Qual a expectativa de volume de vendas de imóveis na capital, já que o setor está bem na cidade, em comparação com o ano passado. O que vocês estão esperando para este ano?
João Crestana — Este ano vai ter possivelmente um aumento de vendas em cerca de 16%, o que significa passar de um volume de perto de 27 mil ou 28 mil na cidade de São Paulo no ano passado para cerca de 30 mil este ano. O volume de venda esperado é de cerca de R$ 8 bilhões.
Camila Abud — Tem alguma área de destaque? Condomínios horizontais?
João Crestana — A área de destaque são os grandes condomínios, com grandes projetos. A cidade de São Paulo tem aprovado muito menos unidades de empreendimentos, mas cada empreendimento com muito mais habitações, mais moradias. O volume cresceu acompanhando o tamanho e a força das empresas.
Milton Paes — Na cidade de São Paulo, há a necessidade de revitalização por conta da prefeitura no sentido de mudar, desenvolver o comércio, acoplar várias classes sociais e movimentar determinadas áreas da cidade? Campinas, por exemplo, e acho que isso é uma tendência do interior, diferente de São Paulo, tem o Plano Diretor e áreas para expansão de novos negócios e empreendimentos. Gostaria que o senhor fizesse um paralelo entre São Paulo, que tem grande concentração, e o interior?
Roberto Müller — Pegando carona nessa pergunta do Milton, fiquei sabendo que as empresas que se capitalizaram em bolsa têm aumentado seu estoque de terrenos nas cidades prósperas do interior como Campinas e Santos, no litoral. É verdade isso?
João Crestana — É verdade. É uma realidade muito importante que com o Plano diretor de São Paulo e o zoneamento feitos aqui, há possibilidade de terrenos sim na periferia e como falado para revitalização de áreas. Há terrenos na periferia que poderiam ser utilizados, mas por essa restrição o interior está sendo muito privilegiado. Campinas, Jundiaí estão sendo cidades importantes. O interior está sendo demandado por empresas fortes e pequenas também. Porque as possibilidades dadas por seu Plano Diretor, e todas as cidades são obrigadas, dependendo do seu tamanho, a manter Plano Diretor e aqui alertamos as que estão preparando seu zoneamento que, por favor, não se baseiem em São Paulo. Essas cidades apresentam oportunidades e espero que sejam oportunidades de mercado e que possibilita a criação de um tecido social vivo e seguro e que possibilite a integração das atividades da população, habitacional, comercial e escritórios de serviços.
Roberto Müller — Criou-se uma confusão em alguns setores e na percepção de algumas pessoas de que o problema da turbulência que assusta o mercado de ações e arrisca contaminar a economia real, originado basicamente na crise imobiliária nos Estados Unidos, tem relação com o que esta ocorrendo aqui. Há uma ligação ou o Brasil se beneficia com isso?
João Crestana — Nesse caso, acho que alguns pontos devem ser esclarecidos e enfatizados. É uma crise em um setor, os financiamentos concedidos sem garantia para pessoas que não tinham condições de pegar financiamentos, o subprime. Esse financiamento foi mais uma crise financeira ligada à habitação, por causa deste setor que representa menos de 5% do total do crédito americano e, desse, perto de 1% é o que deu este tipo de problema. O mundo inteiro vai sentir, em todas as atividades. Agora, no Brasil, primeiro o País está forte para segurar as situações internacionais. Segundo, que a atividade imobiliária está no reverso dos Estados Unidos. Nossa concessão de crédito é restritiva. Neste momento, não beneficia a nós, a crise, mas também não influencia. O setor, no Brasil, tem que crescer.
«Hoje, se tomarmos as 25 maiores empresas do setor, elas tomam conta de 30% a 35% do mercado»
Capital
«Mais de 20 empresas já fizeram a abertura de seu capital e trouxeram um volume perto de R$ 20 bilhões ao Brasil e agregaram uma força muito grande para o setor»
Expansão
«São Paulo tem muito a crescer. Hoje, é uma das cidades menos adensadas do mundo, se comparar com cidades compatíveis: Hong Kong, Xangai Nova York»
Imobiliária
Fusões animarão o mercado imobiliário
João Crestana
São Paulo
Uma onda de fusões e aquisições, a expansão do crédito imobiliário em contratos de até 30 anos e a integração com os bancos, fatores que fizeram tanto sucesso no Salão Imobiliário de São Paulo, encerrado ontem, devem impulsionar o mercado imobiliário nos próximos anos no País. O setor, que bate recordes de venda e se mostra um dos mais aquecidos do País, segue o caminho da consolidação e da abertura de capital. "Tanto que, nos últimos dois anos, as empresas do segmento que abriram seu capital — cerca de 20 — acabaram trazendo perto de R$ 20 bilhões para o Brasil", afirma João Crestana, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).
Em entrevista ao programa Panorama do Brasil, exibido nesta manhã pela TVB, Crestana ressalta como a abertura de capital força as empresas a investirem mais em governança corporativa, mas reclama das "poucas ofertas de linhas de financiamentos para baixa renda". Para o executivo, o mercado é dominado por cerca de 20 grandes empresas.
especialpág. A7





Com crédito fácil, consumidor sai em busca da casa ideal
Com o aumento dos financiamentos para a compra da casa própria, as construtoras começam cada vez mais a oferecer diferentes tipos de imóveis para o consumidor.

Ofertas há para todos os bolsos e todos os gostos. Afinal, cada um tem um sonho para casa própria – com varanda, com quintal, com churrasqueira, em uma rua tranqüila ou em um bairro da moda. Se, antes conseguir o financiamento imobiliário era uma tarefa cheia de obstáculos, hoje já tem gerente de banco oferecendo o dinheiro para os clientes.

Quando começou a procurar um apartamento para morar, Reginaldo tinha uma prioridade: “Área de lazer, porque eu tenho filho pequeno de 3 anos”, disse.

Para outros, a casa ideal é aquela que não pesa no bolso. Uma construtora investiu em casas práticas e baratas. As paredes são feitas de isopor e fibra de vidro. Um modelo igual, de 64 metros quadrados, custa R$ 47 mil e é montado em 15 dias.

“As vantagens da casa são, primeiro, a rapidez na execução, por ser um processo desenvolvido para que ele pudesse ser rápido na montagem, exatamente para o atendimento de uma classe mais baixa que tem que sair de uma prestação de aluguel ou uma prestação de lote e já ter uma casa totalmente financiada”, destaca o engenheiro civil José Carlos Zacharias.

Crédito

Sair do aluguel está mais fácil. Em alguns casos, o dinheiro até bate à porta. “Eu recebi uma carta da gerente do meu banco dizendo que eu preciso comprar um imóvel agora. Eles iam me dar o dinheiro para comprar”, comentou o assessor artístico Marcos Antônio Correia.

“Os juros estão cada vez mais baixos. Os prazos de financiamento estão amplos, e as condições para obtenção são muito mais fáceis”, aponta o presidente do Sindicato das Empresas de Habitação de São Paulo, João Crestana.

Aquecido pelo crédito fácil, o mercado aos poucos muda a paisagem. Em um único quarteirão de um bairro antigo de São Paulo, cinco prédios estão sendo construídos. Uma construtora apostou em um condomínio que reúne apartamentos residenciais, escritórios, mini-shopping e muita área de lazer.

“Dentro das pesquisas hoje, uma das maiores angustias dos brasileiros é ter tempo de voltar uma pouco mais cedo, de fugir do trânsito e de estar mais presente na educação dos filhos, da família e mais tempo com a esposa etc.”, diz o diretor de uma construtora, Cláudio Dall’Acqua.

Luxo

Espaços amplos e bem planejados – esta é a tendência de alguns lançamentos. Em São Paulo, a construtora de um prédio, por exemplo, além de projetar uma sala grande, transformou a sacada do apartamento em uma imensa área de lazer, com direito até a churrasqueira. A cozinha adquiriu ares de modernidade e não precisa ser grande, como no passado.

“É tudo muito prático e muito rápido para a dona de casa mesmo aproveitar a área de lazer que é a varanda e estar participando junto com a família”, comenta a coordenadora de vendas Cristina Borges.

Um casal de médicos fechou negócio. Comprou um apartamento de R$ 700 mil cheio de vantagens.

“Tem uma área de lazer muito boa, uma localização excelente, muito área verde e eu trabalho aqui perto”, diz a médica Cybelle Potenza Nery.

Apesar de tudo isso, o apartamento ainda não é o dos sonhos. O desejo sempre está em um andar mais alto. “O que eu queria era cobertura”, revela a médica. Mas já deu para comemorar.

Fonte: G1 - Globo Online

Custo alto ameaça moradia popular
A disparada nos preços dos imóveis acendeu a luz amarela no Palácio do Planalto. Assessores do presidente Lula temem que o encarecimento da construção civil prejudique um dos pilares do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): a moradia para a população de baixa renda, na qual se concentra mais de 80% do déficit habitacional do país. Nos últimos três anos, quando o crédito para a compra da casa própria explodiu e o poder de compra dos trabalhadores aumentou, o valor dos imóveis praticamente triplicou. A alta ficou evidente, sobretudo, nos empreendimentos para a classe média, que mais tem demandado imóveis. Esse movimento, porém, já começa a contaminar o preço do metro quadrado de moradias de menor valor. E dependendo da velocidade do aumento, dificilmente o governo conseguirá tirar do papel vários projetos incluídos no PAC, pois os valores dos imóveis não serão compatíveis com a renda dos potenciais compradores.

O ministro das Cidades, Márcio Fortes, encarregado pelo presidente Lula de tocar as obras na área de habitação, garante que a situação está sob controle. "Todos os programas habitacionais incluídos no PAC têm tetos de preços fixados em contrato", afirma. Ou seja, as construtoras não têm como reajustar os empreendimentos no mesmo ritmo de valorização do mercado. "Na verdade, os projetos do PAC funcionam como limitadores para os preços das construções. E eu creio que o aumento da oferta de imóveis - como previsto no PAC - terá um efeito saudável no mercado. Mais imóveis, preços menores", afirma.

Diretor de Obras da Apex Engenharia, especializada em empreendimentos para a baixa renda, Eduardo Aroeira não endossa o otimismo do ministro. "A construção está passando por um forte aumento de custos. Em apenas uma semana, o saco de cimento passou de R$ 11 para R$ 16 - alta de 45% - devido à forte demanda e à escassez do produto. E o cimento representa 15% do custo de uma construção", destaca. "Não vejo como as construtoras não repassarem esses aumentos de custos para o valor dos imóveis", acrescenta. Paraele, o metro quadrado da construção, de R$ 600, fixado em vários contratos do governo para a baixa renda, como o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), já está ultrapassado.

Diante desse quadro, avalia Rodrigo Nogueira, sócio-diretor da JCGontijo Engenharia, não restará outra alternativa às construturas senão a de repassarem os custos para os compradores.

Fonte: Diário de Pernambuco

Casa própria
Até 24 de setembro, as contratações de crédito para habitações sociais, na Caixa Econômica Federal, somaram R$ 6,9 bilhões, atendendo 336.809 famílias. Desse total, 89% eram de famílias com renda de até cinco salários mínimos.

Fonte: Estadão

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