quinta-feira, 20 de setembro de 2007

As notícias de hoje, 20/09, são:

As notícias de hoje, 20/09, são:

Notícias - Setor Imobiliário:

- Setor de imóveis prevê alta de 35%

- Consórcio de imóveis cresce 90% em 3 anos

- FGV aponta os caminhos do mercado imobiliário

- O risco na expansão do Crédito Imobiliário e a aplicação da Tabela Price serão analisados por especialistas

- Poupança financia R$ 10,3 bi em imóveis de janeiro a agosto

Notícias - EUA:
- Economistas já esperam novo corte de 0,25 ponto em outubro

- Ação do Fed ignora más interpretações


Notícias - Setor Imobiliário:
Setor de imóveis prevê alta de 35%
A crise no mercado imobiliário americano não teve impacto no crédito habitacional brasileiro. O crescimento recorde registrado até julho deve se manter até o fim do ano. A expectativa é que o volume total de concessões deva atingir R$ 21,8 bilhões, crescimento de 35% em relação aos R$ 16,1 bilhões de 2006.

A grande explosão se deve a forte entrada dos bancos de varejo no segmento. As concessões dessas instituições devem subir dos R$ 9,34 bilhões do ano passado para R$ 15 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O número de imóveis deve ser praticamente o mesmo do ano passado, com o financiamento de 500 mil unidades, diz o coordenador da FGV Projetos, Fernando Garcia, mas o valor dos financiamentos já cresceu 33% até julho e deve manter taxa semelhante até o fim do ano já que os meses de setembro a novembro são bastante fortes no setor.

De fato, a expectativa para o quarto trimestre é bastante positiva. O responsável pela área de Relações com Investidores da incorporadora Agra, Ricardo Setton, afirma que, da previsão inicial de R$ 1 bilhão em vendas para este ano, mais da metade está programada para os próximos meses. A empresa tem o quarto maior banco de terrenos no país, estimado em R$ 11 bilhões.

O professor da FGV lembra ainda que os investimentos no setor continuam muito fortes. "A expansão dos financiamentos habitacionais, no valor de R$ 12,7 bilhões, foi responsável por 26,3% do aumento dos investimentos totais no país", explica, enfatizando que esse movimento só foi possível pela forte expansão do crédito.

"O crédito imobiliário ficará cada vez mais acessível", acredita o superintendente de Relacionamento Institucional da área de negócios imobiliários do Santander, Mauro Costa. Segundo ele, a perspectiva de queda dos juros e a ampliação dos prazos deve elevar até mesmo a demanda nas classes mais baixas.

Além disso, lembra ele, hoje o aluguel varia entre 0,5% a 0,8% do valor do imóvel, correspondendo a prestações equivalentes a financiamentos com taxas entre 7% e 10% ao ano. Com isso, diz Costa, os bancos devem ampliar cada vez mais a concorrência na faixa de renda entre três e dez salários mínimos. "Mercado está se organizando para atender este mercado", diz.

Fonte: Valor Econômico


Consórcio de imóveis cresce 90% em 3 anos
O crescimento do setor de consórcio imobiliário vem despertando o interesse dos consumidores que procuram uma alternativa para comprar a casa própria. Segundo dados da associação do setor, o número de pessoas que procuram esse tipo de modalidade cresceu quase 90% nos últimos três anos e chegou a 430 mil clientes.

A vantagem do consórcio em relação ao financiamento imobiliário é que o preço final do imóvel será menor, já que não há cobrança de juros. Isso porque, em vez de um empréstimo, o consórcio funciona como uma espécie de poupança.

A principal desvantagem, por outro lado, é a possibilidade de ter de esperar por até dez anos para comprar a casa própria, caso a pessoa não seja sorteada ou não consiga dar lances suficientemente altos para tirar a carta de crédito.

O diretor da Caixa Consórcios, Antonio Limoni, diz que os dois produtos se destinam a consumidores com objetivos diferentes. “Quem está no consórcio não está buscando o imóvel de imediato, está fazendo uma economia para comprar o imóvel mais adiante. Já a pessoa que opta pelo financiamento quer comprar o imóvel hoje”, diz Limoni.

Ele diz que, por essas características, a procura pelo financiamento ainda é maior que a venda de consórcios. Na Caixa, por exemplo, foram financiados 500 mil imóveis em 2006, enquanto a carteira de consorciados ficou em 115 mil pessoas.

Como funciona

Nos últimos anos, o setor de consórcios conseguiu crescer, principalmente, graças aos segmentos de motos e imóveis, enquanto vê cair o número de participantes na área de veículos leves. Esse movimento se deve, entre outros motivos, ao barateamento do crédito ao consumidor desde 2005.

Um dos atrativos para o consórcio de imóveis, em relação a outras modalidades, está na possibilidadede se utilizar o saldo do FGTS para dar lances e tentar ser contemplado antes.

Além disso, o reajuste das parcelas é anual, feito pelo INPC, um dos índices de inflação calculados pelo IBGE. Os prazos, no entanto, são mais curtos - variam, em geral, de 90 a 120 meses (dez anos)- do que os do financiamento imobiliário, que pode chegar a 25 anos.

Essa modalidade também tem outra característica diferente em relação aos consórcios de veículos e motos. Ao invés de sair com o produto na mão, o consumidor sai do consórcio com uma carta de crédito para poder comprar o apartamento, novo ou usado, assim como acontece no financiamento imobiliário.

Vantagens e desvantagens

Segundo o professor de matemática financeira José Nicolau Pompeo, o consórcio é um negócio mais vantajoso para aqueles que vão ser contemplados no início. Depois, essa vantagem vai diminuindo, até se tornar um “mau negócio” para quem ficou para o final. “O último a receber vai passar a maior parte do tempo pagando, mas sem poder utilizar o bem”, diz Pompeo.

Por isso é importante que o cliente analise a necessidade de urgência e a capacidade para dar lances.

Empréstimo caro

A assistente administrativa Silvana Gonçalves Monteiro e seu namorado, por exemplo, optaram pelo consórcio para trocar de apartamento.

Ela disse que considerou “exorbitantes” os valores cobrados no empréstimo imobiliário tradicional e preferiu entrar no consórcio porque possui dinheiro para dar um lance alto ainda nos primeiros meses.

Silvana afirmou que pretende vender um apartamento do casal e utilizar parte do dinheiro para dar um lance de 25% do valor da carta de crédito. “Se não tivesse como dar um lance, talvez fizesse o financiamento normal”, diz Silvana.

Sem juros

Em geral, um financiamento costuma ter uma prestação entre 40% e 45% mais cara que um consórcio, devido aos juros cobrados no período. “A vantagem do consórcio é sempre a questão dos juros”, diz Rogério Dutra Pereira, gerente regional da empresa de consórcios Embracon.

Em compensação, o consorciado sempre correrá o risco de ter de esperar até o final do período, que pode chegar a dez anos, para comprar o seu imóvel.

Para escapar do fim da fila, uma forma de tentar ser vitorioso em um consórcio, sem depender dos sorteios, é ofertar lances mais altos que a prestação mensal. A maioria das empresas oferece duas modalidades: laces fixos, no valor de 20% a 30% da carta de crédito, e lances livres, que variam de acordo com a possibilidade do cliente.

“Quanto maior o percentual do lance maior a chance de ser contemplado”, diz o gerente da Embracon.

Ele lembra que o lance nada mais é do que uma antecipação da prestação. Isso significa que, além de ter mais chances de comprar o imóvel antes, a pessoa que faz a oferta pode reduzir as parcelas mensais que ainda restam a pagar.

Isso porque o saldo devedor fica menor e pode ser recalculado. Outra possibilidade é manter o valor da prestação mensal e diminuir o prazo de pagamento, uma boa opção para aqueles que podem se livrar logo da dívida.

Na Caixa, por exemplo, 45% dos contemplados são pessoas que oferecem lances livres; 25%, lances fixos; e os outros 30% são premiados pelos sorteios.

Taxas

Assim como no financiamento imobiliário, o consumidor deve ficar atento na hora de escolher a empresa de consórcio. Em primeiro lugar é preciso checar a idoneidade da companhia.

No site do Banco Central é possível saber mais sobre a regulamentação dos consórcios no país. Há também um endereço para verificar a situação das empresas (http://www.bcb.gov.br/?CONSADM) e a lista daquelas que estão impedidas de constituir novos grupos (http://www5.bcb.gov.br/fis/consorcio/Pconsorcio.asp).

Outro problema são as taxas. A maioria dos consórcios cobra taxa de administração, seguro de vida, fundo de reserva, taxa de adesão e seguro contra inadimplentes. Juntas elas podem representar até 12% da prestação mensal. Por isso, os especialistas recomendam que o consumidor pesquise bem as tarifas.

Perguntas e respostas

Como funciona um consórcio?
Consórcio é um sistema de compra parcelada em grupo, onde o valor do bem é distribuído por um prazo determinado. Nele, um grupo de pessoas se reúne e estabelece o valor final do imóvel desejado.

A partir daí, com o grupo criado, será paga mensalmente uma quantia à administradora e, no final do período acertado, todos do grupo recebem uma carta de crédito que pode ser utilizada na aquisição ou construção do imóvel.

Qual a diferença do consórcio imobiliário?
A diferença do consórcio imobiliário para os outros é que, ao invés de receber uma casa pronta, o consorciado recebe uma carta de crédito no valor estipulado em contrato. Com a carta de crédito em mãos, basta encontrar o imóvel que deseja.

Sorteios e lances
No consórcio imobiliário também são feitos sorteios e lances. Quem é sorteado recebe a sua carta de crédito, faz a opção pela modalidade aquisição ou construção e vai em busca de seu imóvel. Caso o associado deseje, é possível dar um lance e arrematar a carta antes do tempo.

Nos dois casos, o associado deve continuar pagando as prestações até o final. Mas quem dá um lance, pode reduzir o valor da mensalidade ou diminuir o prazo de pagamento.

Fonte: Gazeta do Povo - PR


FGV aponta os caminhos do mercado imobiliário
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado ontem mostra que o mercado imobiliário brasileiro, apesar dos bons resultados nos últimos dois anos, ainda tem muito espaço para crescer. Os investimentos em habitação no Brasil estão longe dos praticados em outros países. Segundo o levantamento, por aqui o investimento per capita, entre 1995 e 2005, foi de US$ 327, enquanto nos Estados Unidos foi de US$ 1.846 e na Espanha de US$ 1.588. "Houve uma evolução pouco expressiva de 1970 a 2005", afirma o economista e coordenador da FGV Projetos, Fernando Garcia, responsável pelo estudo.

Da expansão média anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,38% entre 1995 e 2005, o mercado imobiliário local contribuiu com 0,24 ponto percentual. Os dados da Coréia do Sul mostram que os investimentos do setor representam 0,57 ponto percentual dos 4,85% do avanço do PIB. Esse percentual de investimento coreano (0,57%) era quase o mesmo do Brasil (0,60%) entre 1975 e 1985. Nesse período, foram adquiridas pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) 500 mil unidades. De julho de 2006 a junho de 2007, foram financiadas 140 mil unidades habitacionais, sendo 44% imóveis novos.

Com a expansão de crédito, a expectativa, segundo Garcia, é a de que haja um aumento de valor investido, mas não de número de unidades financiadas. No primeiro semestre de 2007, o financiamento habitacional cresceu 33% e deve alcançar os 40% até o fim do ano. Se isso ocorrer, o valor de financiamento terá dobrado em dois anos. Crise – Para Garcia, o Brasil tem potencial para se tornar importador de parte do capital que seria investido no setor imobiliário nos Estados Unidos, mas que não o será por conta da crise.

Ele afirma que para o Brasil receber mais investimentos deveria também ter um fundo garantidor de empréstimo para a baixa renda: uma espécie de seguro contra a inadimplência, que gira em torno de 20% no sistema do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 3% no sistema bancário. Articular a política de subsídio com a de crédito também estimularia o setor. Segundo o superintendente de Relacionamento Institucional da vice-presidência de Negócios Imobiliários do Santander Brasil, Mauro Costa, novos mecanismos devem ser desenvolvidos para desburocratizar a aprovação de projetos e com isso ampliar os investimentos.

Fonte: Diário do Comércio - SP


O risco na expansão do Crédito Imobiliário e a aplicação da Tabela Price serão analisados por especialistas
Os principais problemas que atingem o consumidor de crédito e dos demais produtos e serviços bancários serão analisados por especialistas num Ciclo promovido conjuntamente pelo Ministério Público de São Paulo, Fundação Procon de São Paulo e pela PRO TESTE Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. No próximo dia 28, o foco será o crédito imobiliário.

As inscrições para o evento são gratuitas, mas as vagas limitadas. Os interessados podem se inscrever pelo e-mail: seminario@proteste.org.br ; pelo telefone (11) 3119-9844, ou pelo site: http://www.procon.sp.gov.br/cursos.asp

Entre os temas em debate estarão o risco na expansão do crédito imobiliário, a aplicação da Tabela Price, a responsabilidade social na oferta do crédito, a importância da informação sobre a taxa de juros e outros custos envlvidos nos contratos, além de outras importantes questões para o consumidor nessa área.

Veja o programa completo do 1º Ciclo:

Programa

Ciclo : Informação como instrumento de equilíbrio no crédido e serviços bancários

1º Ciclo : Crédito Imobiliário
Dia 28 de setembro de 2007
Horário: 9h - 12h30
Local: Auditório Tylene de Morais, do Ministério Público do Estado de São Paulo, à Rua Riachuelo, 115 - 9º andar - Centro - São Paulo

9h - Abertura:
Rodrigo Ribeiro Rebello Pinho
Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo
Coordenador do Ciclo: Roberto Pfeiffer
Diretor do Procon São Paulo

Convidados:

1. Fernando Garcia Coordenador de Projetos Fundação Getúlio Vargas
Coordenador - Projetos - Fundação Getúlio Vargas
2. Teotônio Rezende - Superintendente da Caixa Econômica Federal
3. Carlos Eduardo Duarte Fleury -Superintendente Geral da Abecip - Associação Brasileira de Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança
4. Maiocon Truppel Machado - Advogado especialista em Sistema Financeiro da Habitação, Consultor Jurídico da ABMH Associação Brasileira da Habitação e Conselheiro da OAB/SC.

Debatedores:

1. Marco Antonio Zanellato - Procurador de Justiça
2. Edson Rovina - Matemático e Perito Financeiro - "responsável pelo expurgo da tabela price nos contratos imobiliários - na jurisprudência"
3. Márcio Mello Casado - Advogado e autor de obras nas áreas direito
4. Karen Camacho - Jornalista da Folha on line

Fonte: Maxpress


Poupança financia R$ 10,3 bi em imóveis de janeiro a agosto
Valor destinado ao crédito imobiliário em oito meses já é maior do que foi alcançado em todo o ano de 2006
Márcia De Chiara - OESP
O financiamento para compra da casa própria com dinheiro da poupança é recorde pelo segundo mês consecutivo. Em agosto, os bancos emprestaram R$ 1,8 bilhão, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

É a maior marca mensal desde 1984 e reflete o excepcional momento do mercado imobiliário, com crédito farto, prazos de financiamento que chegam a 30 anos, prestações fixas e forte concorrência entre os agentes financiadores, que incluem não apenas bancos, mas também companhias hipotecárias.

'Em agosto, os financiamentos com recursos da poupança superaram o total empregado na habitação em todo o ano de 2002', observa o diretor-geral da entidade, Oswaldo Corrêa Fonseca. Naquele ano, o total foi de R$ 1,7 bilhão.De janeiro a agosto, os empréstimos somam R$ 10,3 bilhões, superando em 73,6% o total concedido no mesmo período de 2006 e o do ano inteiro de 2006, que foi de R$ 9,3 bilhões.

'Se esse ritmo se confirmar, nossa previsão é que o ano feche com R$ 16 bilhões da poupança voltados para o financiamento imobiliário, um recorde', diz o diretor da Abecip.

Também o total de unidades financiadas neste ano deve ultrapassar as marcas anteriores e somar 180 mil unidades. Até agosto, foram 117.237 mil e no ano passado inteiro, 113.873.

'O crédito é o grande motor do segmento imobiliário', afirma Ricardo Setton, diretor de Relações com Investidores da Agra Incorporadora. Ele observa que há 10 anos a taxa básica de juros, a Selic, que baliza o mercado, estava em 38% ao ano, caiu para 25% em 2002 e hoje está em 11,25%. O prazo máximo, que estava em 36 meses em 1997, cresceu para 100 meses em 2002 e atualmente é de 360 meses ou 30 anos.

Com isso, observa Fonseca, ficou mais fácil comprar imóvel. Hoje uma pessoa que ganha seis salários mínimos por mês (R$ 2.280) tem o acesso a uma linha de crédito para compra de imóvel que em 2004 só era possível para quem recebesse 14 salários mínimos (R$ 5.320) mensais.'O valor da prestação caiu e atualmente equivale a um aluguel. Em 2004, a mensalidade do financiamento correspondia a quatro vezes um aluguel', compara.

O bom momento do setor já tem reflexos na velocidade de vendas dos imóveis novos. No primeiro semestre deste ano o total de imóveis na cidade de São Paulo em relação ao ofertado foi de 17%, segundo pesquisa do Secovi-SP, o sindicato da habitação. 'Esse índice é recorde', afirma o vice-presidente de Comercialização e Marketing da entidade, Élbio Fernandes Mera. No primeiro semestre do ano passado esse indicador foi 13% e a média sempre girou em torno de 11%, observa.

Apesar do aquecimento do mercado com a demanda maior do que a oferta, Fernandes Mera observa que os preços dos imóveis não subiram. Ele argumenta que, com a abertura de capital das empresas, que já são 22, o setor está capitalizado e as companhias têm compromissos de apresentar resultados para os investidores, com metas de vendas estipuladas.

Outro indicador da exuberância do setor é a adesão ao Salão Imobiliário de São Paulo, que começa no dia 27, em São Paulo. Em quatro dias do evento, organizado pelo Secovi-SP, pela Alcantara Machado Feiras e Negócios e a Reed Exhibitions, 220 empresas, entre construtoras, incorporadoras, imobiliárias, bancos e companhias hipotecárias, vão trabalhar para vender 30 mil imóveis, o dobro da primeira edição da feira, ocorrida no ano passado.

Ricardo Matrone, diretor do evento, conta que uma das novidades deste ano é o maior número de bancos participantes, de mais dez, ante quatro em 2006, e a entrada de companhias hipotecárias, que começam a disputar os financiamentos. O foco dos negócios são imóveis residenciais de R$ 60 mil a R$ 250 mil.
Publication: Gazeta Mercantil - OnLine News - pt
Provider: Gazeta Mercantil / Investnews
Date: September
Crédito para imóvel atinge R$ 10 bi e já supera 2006
São Paulo, - As operações de crédito imobiliário com recursos da poupança atingiram R$ 10,3 bilhões em 2007, até agosto, segundo a Abecip, associação que reúne empresas do setor. O volume supera tudo que foi concedido em 2006. Até o final do ano, os desembolsos devem atingir R$ 16 bilhões, segundo Osvaldo Correa Fonseca, diretor da Abecip. O especialista lembra que a expansão do setor começou a partir de 2004, com a mudança nas leis que transformaram o crédito imobiliário num negócio mais seguro e mais atraente para os bancos. Neste ano, por exemplo, o Citibank decidiu retomar suas operações e o Banco do Brasil começa carreira solo no mês que vem.

Notícias - EUA:
Economistas já esperam novo corte de 0,25 ponto em outubro
As reduções de 0,5 ponto porcentual no juro básico e na taxa de redesconto, somadas ao comunicado divulgado ontem, indicam que o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc) realizará mais um corte do juro, mas de menor magnitude (0,25 ponto), em outubro. Essa é a opinião de vários analistas econômicos de Wall Street ouvidos pelo Estado.

A redução do juro básico de ontem foi a primeira em quatro anos. O corte anterior foi em junho de 2003, quando a taxa básica foi reduzida de 1,25% para 1%. Com relação à taxa de redesconto, em 17 de agosto ela foi cortada em 0,5 ponto, com objetivo de amenizar o aperto de liquidez no mercado financeiro.

O economista do RBC Financial Capital para os EUA, Paul Ferley, avalia que o relatório de emprego relativo a agosto, que mostrou contração no número de postos de trabalho, revelou que era elevado o risco do impacto da turbulência nos mercados sobre o crescimento do país. 'O objetivo do corte é ajudar a economia.'

Na avaliação dos estrategistas, a decisão do Fed é resultado das indicações de que o enfraquecimento em Wall Street está afetando a chamada 'Main Street', ou seja, a vida dos americanos por meio da economia real, e não apenas pesando sobre os investimentos no mercado financeiro.

Mais do que isso, vários analistas classificam que, particularmente, o mercado de imóveis residenciais já está em território recessivo e vem pesando diretamente sobre o crescimento econômico do país.

O economista-chefe do banco Wachovia, John Silvia, observa que a decisão e o comunicado revelam que o Fed está preocupado com o impacto negativo da turbulência nos mercados sobre a economia. 'O Fed quer estar à frente do problema.' Ainda assim, o corte da taxa de redesconto beneficia bancos e instituições que estão enfrentando diretamente a escassez de liquidez nos mercados, avalia.

O vice-presidente sênior e diretor de pesquisa econômica da Alliance Bernstein, Joe Carson, concorda que foi um movimento 'preventivo' e classifica como surpreendente a decisão. Essa opinião é compartilhada por várias instituições em Wall Street. No entanto, Carson estima que 'o corte agressivo (do juro básico) tem por objetivo lidar com as expectativas e determinar a trajetória futura para o crescimento do país'.

Para o economista sênior do banco Wells Fargo, Scott Anderson, 'o corte foi uma dose saudável de remédio para a economia'. 'Há riscos claros ao crescimento e o corte foi agressivo para evitar a recessão', completa.

O economista Robert Mellman, do JP Morgan, previa um corte menor, mas acredita que o Fed foi capaz de evitar o temido risco moral por causa do estado da economia local. Ele cita também o claro enfraquecimento do mercado de imóveis residenciais no país. 'É uma bobagem falar em risco moral quando é a economia que está em risco. Houve um resgate da economia, e não dos investidores', afirma o economista-chefe da Standard and Poor's, David Wyss.

Fonte: Estadão (Nalu Fernandes)


Ação do Fed ignora más interpretações
O presidente do Federal Reserve, o banco central americano, Ben Bernanke, agiu agressivamente para impedir que a crise de liquidez afete a economia dos Estados Unidos com um corte surpreendente de meio ponto percentual nos juros, ignorando por enquanto os temores de que seu gesto poderia parecer uma ação para salvar investidores.

A medida indica que Bernanke considera que a turbulência iniciada há um mês no mercado que acabará causando muito mais danos à economia do que causou até agora, e portanto ele preferiu se arriscar a pecar pelo excesso que pela falta.

A medida foi tomada numa hora em que os indícios nos Estados Unidos apontam para uma queda substancial nas vendas de residências, na construção e nos preços nos próximos meses, algo que pode aumentar ainda mais a taxa de inadimplência nos créditos imobiliários, afetando os mercados e diminuindo o consumo.

Nesse processo, Bernanke pode ter-se mostrado mais próximo em estilo e táticas ao seu antecessor Alan Greenspan do que muitos suspeitavam. Isso traz o risco de a decisão ser criticada por ser benéfica a investidores. Mas Bernanke parece estar menos preocupado com esse risco do que em manter a economia fora da recessão.

É assim que o próprio Greenspan interpretou a medida. "A questão que eles tiveram de ponderar foi 'punir esses (especuladores) é mais importante do que fazer algo que eles consideraram ser um bem maior?' ", disse ele numa entrevista ontem ao canal de TV Fox News.

O Fed diminuiu sua meta de juros para os fundos federais, cobrada para empréstimos de curtíssimo prazo entre bancos, de 5,25% para 4,75%. Ele também fez corte semelhante nos juros dos empréstimos de redesconto, cobrados em empréstimos diretos para bancos, para 5,75%.

Os cortes, maiores do que a maioria dos economistas esperava, impulsionaram uma forte alta das bolsas. A Média Industrial Dow Jones, que subia apenas 70 pontos antes que a decisão fosse anunciada, ganhou 335,97 pontos (2,5%) e fechou em 13739,39, a maior valorização porcentual em um único dia desde 2003.

Entretanto, num indício de que alguns investidores temem que o corte possa causar pressões inflacionárias, o dólar caiu bastante, assim como a cotação dos títulos de longo prazo do Tesouro americano - levando a uma alta dos juros que eles pagam. O petróleo e o ouro subiram.

O Federal Reserve não deu nenhuma pista clara sobre qual será a sua próxima medida. "Ainda há algum risco de inflação", declarou. Mas "acontecimentos nos mercados financeiros (...) aumentaram a incerteza que cerca o cenário econômico".

Os mercados, no entanto, apostam alto que haverá um corte de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do Fed, em 30 de outubro.

O corte de 0,5 ponto porcentual foi um ponto de exclamação no drama que começou há mais de um mês. Em sua última reunião, em 7 de agosto, o Fed deixou os juros em 5,25% e indicou que continuava preocupado com a inflação. Dias depois, surgiram na Europa temores sobre os mercados de crédito, relacionados a prejuízos em fundos de hedge associados a bancos e veículos de investimento que os bancos mantinham fora do seu balanço e que haviam comprado créditos imobiliários americanos de alto risco. Nas últimas semanas, investidores e bancos ficaram cada vez mais desconfiados um do outro e indispostos a emprestar, aumentando os juros para todos os tipos de tomadores.

Em Wall Street, logo surgiram os pedidos para que o Fed baixasse os juros imediatamente. Em vez disso, o Fed, em 17 de agosto, diminuiu em 0,5 ponto porcentual sua taxa de juros para empréstimos de redesconto e facilitou as regras para obtê-los, na esperança de que os bancos usariam o redesconto para restaurar a liquidez no mercado de crédito. O objetivo, disseram autoridades do Fed na época, era fazer a distinção entre o papel do Fed em manter o sistema financeiro funcionando normalmente e sua responsabilidade pela estabilidade econômica.

Por outro lado, Greenspan tentava tratar as estabilidades financeira e econômica como inseparáveis, e considerava um corte nos juros como a melhor maneira de restaurar a confiança dos investidores e proteger a economia.

Seus críticos dizem que esses cortes, com o tempo, alimentaram a audácia dos investidores para assumir ainda mais dívidas e levar os ativos - primeiro as ações, depois a casa própria - para níveis cada vez maiores, o que tornou a correção final ainda mais dolorosa. Essas críticas se intensificaram tanto com a turbulência recente quanto com o lançamento do livro de memórias de Greenspan.

Bernanke ouviu essas críticas, mas em último caso se mostrou bem alinhando com o pensamento de Greenspan: o Fed não pode se responsabilizar pelo preço dos ativos, apenas pelo crescimento e pela inflação.

Autoridades do Fed vinham pendendo para um corte dos juros nas últimas semanas, mas o argumento em favor de um relaxamento maior pode ter sido selado por um relatório duas semanas atrás que revelava que o nível de emprego declinou em agosto pela primeira vez em quatro anos. Isso mostrou que a economia havia desaquecido significativamente antes mesmo que o impacto pleno da turbulência nos mercados fosse sentido.

Fonte: Valor Econômico

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